Etapas

Serão cerca de 10 etapas, aqui está uma lista possível:
Etapa 1: Saint-Jean-Pied-de-Port - Cizur Menor (80,0 km)
Etapa 2: Cizur Menor - Logroño (88,5 km)
Etapa 3: Logroño - Belorado (69,8 km)
Etapa 4: Belorado - Castrojeriz (86,2 km)
Etapa 5: Castrojeriz - Sahagún (88,4 km)
Etapa 6: Sahagún - León (72,5 km)
Etapa 7: León - Rabanal del Camino (68,1 km)
Etapa 8: Rabanal del Camino - Pedrafita do Cebreiro (82,9 km)
Etapa 9: Pedrafita do Cebreiro - Portomarín (70,2 km)
Etapa 10: Portomarín - Santiago de Compostela (91,8 km)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dia 4 - Belorado

Podem ver mais imagens deste dia aqui.

Distância: 112 km

Tempo: 11:33:36

Velocidade média: 10 km/h

O dia hoje começou muito bem. O tempo estava óptimo, as nuvens mantinham o fresco da manhã e o vento soprava baixinho. Apesar de tudo, esta etapa foi muito dura, foram cerca de quase 120 km em grande andamento. Passamos a maior parte do tempo em caminhos indetermináveis onde a nossa vista apenas alcançava a linha do horizonte.

Tivemos uma subida inicial muito intensa que se transformou depressa em planície. Por muitos e muitos km's. Chega a ser estenuante percorrer esta parte do caminho em bicicleta, quanto mais a pé. Não imaginamos o que pode ocorrer na mente dos peregrinos que vão a pé. Passámos por centenas deles que percorrer centenas de km's onde apenas a monotia do horizonte é contrastada com o estado tempo. Paciência. É a palavra que mais procuramos e é a que menos temos à mão. Porque essa se perde rapidamente.
Por fim chegamos a Burgos. A catedral de Burgos é um dos expoentes máximos do Gótico. É muito imponente. E pensar que há milhares de anos os peregrinos passavam por aqui. E pensar que toda esta catedral foi construída com pedra.

Depois de muito andarmos chegamos a Fromista, uma pequena localidade. Ficamos num albergue simpático e a chuva prometia.

Deixo-vos uma pequena nota daquilo que podemos aprender neste caminho. Aprendemos que por muito que possamos andar depressa, haverá sempre alguém que anda mais devagar que nós e alguém que anda mais depressa que nós. No fim, fica apenas a experiência do que cada um pode tirar. E estas são sempre diferentes dependendo do ponto de vista de quem as têm. Por mim, sinto que 10 dias é infinitivamente pouco para se fazer de bicicleta. É uma imposição que nos obriga a rolar e com isso perdemos algo, mas não temos aqui opção. Vemos muitos peregrinos que debaixo de uma árvore lêem algumas páginas de algum livro sobre a história deste caminho e fico por vezes a pensar, o que poderá estar ele a ler, sairá certamente mais rico em termos culturais, mas tempo é a medida de cada um de nós na história que nos acontece. A nossa apenas permite 10 dias para este caminho, e serão esses que iremos disfrutar... ao máximo que conseguirmos.

1 comentário:

  1. Olá viajantes!
    Essas planícies fazem a cabeça pensar remetendo-nos para o nosso grande espaço interior mas que nem damos por ele tal é a azáfama das nossas vidas. Pode até parecer estranho ou intrigante mas feita essa passagem estarão mentalmente mais fortes e capazes de ir ultrapasando as dificuldades do dia a dia. Encontrei um dia, já na Galiza, um peregrino de uns 70 anos sentado numa pedra á beira de uma fonte. Acabei também por ali parar e perguntei-lhe se precisava de alguma coisa. Felizmente estava tudo bem e não precisava de nada. Estava apenas a projectar um "pequeno" desvio de uns 10 Km para ir ver uma ermida que julgava ter algum interesse histórico particular! Pressa... nenhuma! Tinha toda a vida por sua conta! E se sentisse cansado ou algo o impedisse de continuar até Santiago um dia voltaria... se pudesse! Que lição e que inveja me fez! Gozava todo o trajecto e mais algum e a palavra desistir não fazia parte porque, realmente, isto não é uma competição ou uma corrida, simplesmente não o é, ou não o deve ser! E eu ali, como tantos outros, com os dias contados.
    Um dia voltarei a fazê-lo sem horizonte de tempo.
    Um dia!
    Abraço.

    Zé Augusto

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