Etapas

Serão cerca de 10 etapas, aqui está uma lista possível:
Etapa 1: Saint-Jean-Pied-de-Port - Cizur Menor (80,0 km)
Etapa 2: Cizur Menor - Logroño (88,5 km)
Etapa 3: Logroño - Belorado (69,8 km)
Etapa 4: Belorado - Castrojeriz (86,2 km)
Etapa 5: Castrojeriz - Sahagún (88,4 km)
Etapa 6: Sahagún - León (72,5 km)
Etapa 7: León - Rabanal del Camino (68,1 km)
Etapa 8: Rabanal del Camino - Pedrafita do Cebreiro (82,9 km)
Etapa 9: Pedrafita do Cebreiro - Portomarín (70,2 km)
Etapa 10: Portomarín - Santiago de Compostela (91,8 km)

domingo, 21 de junho de 2009

Algumas imagens que ficam na nossa memória

Subida aos Pirinéus

Vista dos Pirinéus

Puente la Reina

Logroño

Catrorejiz

Cruz de Hierro

El Cebrero

Etapas Reais


Etapa 0: Saint-Jean-Pied-de-Port - Roncesvalles (22,7 km)
Etapa 1: Roncesvalles - Puente la Reina (63,3 km)
Etapa 2: Ponte de la Reina - Logroño (66,3 km)
Etapa 3: Logroño - Belorado (70,2 km)
Etapa 4: Belorado - Fromista (112,0 km)
Etapa 5: Fromista - Mansilla de las Mulas (93,6 km)
Etapa 6: Mansilla de las Mulas - Murias de Rechivaldo (70,4 km)
Etapa 7: Murias de Rechivaldo - Cacabelos (62,7 km)
Etapa 8: Cacabelos - Sarria (70,8 km)
Etapa 9: Sarria - Santiago de Compostela (106,0 km)
Etapa 10: Santiago de Compostela

No GPS marca:

Km's Totais: 813 km
Velocidade Máxima: 62,0 km/h
Deslocação média: 12,5 km/h*
Média Geral: 9 km/h
Tempo de Deslocação: 66h 17m
Tempo Parado: 22h 44m
Ascenção Total: 12.516 m
Elevação Máxima: 1517 m
* esta deslocação média corresponde à descolação média em andamento. A que fomos apurando em cada etapa corresponde à deslocação total média por etapa, ou seja, com contabilização dos tempos parados.

Dia 10 - Santiago de Compostela

Dia 9 - Sarria

Podem ver mais imagens deste dia aqui.

Distância: 106,0 km

Tempo: 12:32:34

Velocidade média: 6 km/h

O dia começou bem. Tinhamos tido uma noite muito boa, sem roncadores. Desta vez ficamos um pouco mais no descanso e partiriamos apenas às 9:30 hora local, o que já é muito tarde para um peregrino.

Depois de mais um bom pequeno almoço, o objectivo era de ficarmos o mais perto possível de Santiago. No entanto, e devido à maior parte da fase final da etapa não ter tido qualquer suporte de albergues em que podiamos ter ficado, acabamos por chegar a Santiago, já noite, exaustos, cansados da etapa que considerámos a mais dura. Foi de extrema emoção, pois chegar a Santiago depois de uma viagem épica como esta não nos faz indifirentes, especialmente depois do grande esforço desta última etapa.
O caminho é todo ele bem suportado por albergues e locais de acolhimento. Mas estranhamente, a parte final não é, inclusivé já em Santiago foi-nos dificíl encontrar um albergue.
Esta etapa, ao contrário do que poderia parecer pela altimetría, foi das mais duras. Tivemos muito mais acumulado de subida do que nas etapas anteriores onde subimos aos 1400m de altura. Apesar de não termos subido tão alto, subimos e descemos muito, e isso faz toda a diferença. Ora subiamos, ora desciamos, num sobe e desce constante até Santiago.
Queriamos ter parado a 30km de Santiago, foi quando percebemos que não tinhamos albegue onde ficar, e decidimos continuar, apesar do esforço já realizado. E foi quando perecebemos que teriamos mesmo de ir até ao fim da viagem, desta viagem, até Santiago.
Chegamos e percebemos que Santiago já não acolhe o peregrino como era suposto, o trânsito, o percurso é todo ele realizado com muitos obstáculos, e receptividade nenhuma. Foi algo triste pensar que no fim do caminho, existe o contraste total do acolhimento que recebemos sempre até ali.
Ainda fomos ao sitío onde passam as credenciais do peregrino, mas devido ao adiantado da hora, já se encontrava fechado.
Chegamos um dia antes do previsto, isso dar-nos-ia mais uma dia de descanço já em Santiago.
Não temos ainda palavras para descrever o todo disto tudo, mas ficará para um próximo post.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Dia 8 - Cacabelos

Podem ver mais imagens deste dia aqui.

Distância: 70,8 km

Tempo: 11:43:22

Velocidade média: 6 km/h

Hoje foi mais um dia duro. Durissímo para dizer o menos. Com um calor abrasador tivemos de novamente subir a montanha, e que montanha. Fomos a mais de 1400 m outra vez, mas desta vez ainda mais inclíninado do que ontem, sempre pelo caminho.
Muitas vezes cruzamos peregrinos em bicicleta que o fazem por estrada normal, digamos que é bem mais fácil. Mas quisemos assim, passar pelo caminho. Aquele onde milhares de peregrinos já puderam passar de forma a chegar a Santiago.

Encontramos um casal de canadianos que estava a fazer o caminho com o seu filho de 10 meses. Acreditem. Se para nós é dificil, para eles é heroico. É simplemente incrível como alguém pode fazer um caminho desta dimensão e dureza com um filhote de 10 meses com toda a logística que isso acarreta.

Hoje tivemos mais furos, e mais subidas. A subida foi longa e bastante dura, a mais dura até ao momento. resta-nos saber que não vamos ter mais subidas destas até ao final desta peregrinação. Queriamos ter chegado o mais perto possível de Santiago, mas devido à exaustão, chegamos até uma pequena cidade de nome Sarria. Ficamos a sensivelmente 130 km de Santiago.

O caminho nesta altura é algo que não conseguimos explicar devido ao desgaste físico e emocional que estamos a viver. A verdade é que nem nós temos a verdadeira noção do que estamos a viver. Penso mesmo que só o tempo um dia nos poderá mostrar a verdadeira dimensão do mesmo. Agora, ainda é demasiado cedo para percebermos o que nos está a acontecer. A verdade é que o cansaço muitas vezes tolda-nos os pensamentos, e por vezes a objectividade vai-se com a mais simples das perguntas.

Passamos por descidas vertiginosas e por vales verdejantes onde a natureza mostrava toda a sua exuberância, desde rios com fortes correntes de água em muitas cascatas, até ao verde das árvores que muitas e muitas vezes nos cobriam.

Resta-nos esperar que hoje possamos, pelo menos hoje, dormir bem. Os 'roncadores' têm sido o nosso maior problema no descanso, e isso afecta em muito a nossa energia no dia seguinte.

Buen Camino Peregrino.
Santiago está perto.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Dia 7 - Murias de Rechivaldo

Podem ver mais imagens deste dia aqui.

Distância: 62,7 km

Tempo: 11:29:16

Velocidade média: 5 km/h

Começamos o dia com um bom 'Desayuno', tinha de ser. A etapa para hoje não se apresentava fácil. Contavamos subir a primeira montanha das duas que temos de subir até Santiago.

Após percorrermos grande parte do caminho em piso rolante, começamos a subida. Ao contrário do que estavamos à espera, e apesar de termos subido aos 1500 m, a subida foi aceitável.

A descida, nem por isso. Tivemos um terreno cheio de xisto e pedras duras. Uma das bicicletas cedeu e tivemos de fazer mais uma paragem para mais uma soldadura, desta vez foi num dos suportes. Isto denota bem a dureza deste caminho e o que muitas vezes temos de superar para continuar. Felizmente conseguimos em 'Ponteferra' encontrar um soldador que nos ajudou e nem cobrou nada por isso.

Um dos aspectos mais importantes desta viagem é o descanço. Mas sinceramente nem sempre é possível. Ficamos alojados em Albergues. E nos albergues encontramos os chamados 'rocadores'. Ou seja, traduzindo para portugês, os que ressonam. E são muitos. Uma destas noites eram tantos que perfaziam uma verdadeira sinfonia. E foi das noites mais mal passadas. Isso acareeta um desgate maior para a etapa seguinte.

Fora estes pequenos contratempos, a verdade é que têm sido uma experiência incrível. No entanto, para quem a pretende fazer de bicicleta, dois conselhos:

- uma boa bicicleta com bons componentes (fortes e capazes de aguentar a maior das pancadas)
- mais dias, para poderem usufruir verdadeiramente do caminho

A verdade é que passamos muitas vezes por trilhos lindissímos, onde para quem pratica bicicleta todo o terreno, é de facto a grande experiência. Por outro lado, requer muita prática, ou o que eu designo por técnica, pois os trilhos muito técnicos são mesmo muito técnicos. Por isso, muito cuidado.
Estamos quase em Santiago. Já se sente a emoção no ar. As pessoas pelas quais temos passado já só falam disso. De quantos km's ainda faltam para Santiago. A verdade é que são verdadeiros heróis todos aqueles que pensam ou fazem este caminho.

Ontem, soubemos duma senhora de 85 anos que estava a fazer o caminho com um dos seus sobrinhos. É muito duro, mas para ela, era mais uma das etapas da sua vida.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Dia 6 - Mansilla de las Mulas

Podem ver mais imagens deste dia aqui.

Distância: 70,4 km

Tempo: 09:35:30

Velocidade média: 7 km/h

Acabamos de passar em Astorga. Assim, acabamos de passar a fase mais monótona da viagem. São muitos e muitos km's em linha recta sem grande motivo que nos faça desejar passar por tudo outra vez. Esta fase é muito extenuante e cansativa.

Para amanhã reserva-nos mais montanhas, finalmente. Podemos dizer que foi uma fase muito terrível que tivemos de superar. As dores acumulam-se por todo o corpo. O cansaço não nos deixa muitas vezes ver a beleza deste caminho. Vamos começar a subir a 1400 m e se tudo correr bem vamos começar a apreciar belas paisagens, tais como nos Pirinéus, que foi sem dúvida a melhor das etapas.

Hoje passamos por Leon, mas infelizmente não tivemos muito tempo para apreciar a cidade e a sua imponente catedral. Tivemos de conseguir um soldador para soldarmos uma das escoras da bicicleta, tal é a dureza do caminho.

Escoras soldadas, novo caminho 'adelante'.

Como estamos numa pequena localidade com pouca rede, não podemos hoje actualizar o perfil da etapa, fica para amanhã.

Hoje um chinelo e um livro fizeram alguns peregrinos voltarem para trás. Noutro dia foi um dos nossos telemóveis. Por vezes temos de voltar atrás e repetirmos o caminho. Assim se o constrói.